domingo, 29 de dezembro de 2013

A fratura de Anderson Silva

Sempre assisto às lutas do UFC, imaginava que o Anderson ganharia do Chris Weidman, mas aconteceu uma fatalidade que nunca havia visto. Imaginei-me no seu lugar; quantas vezes eu fui dar um chute nos treinos de Muay Thai e o oponente defendeu com o joelho? Nossa, que dor! Eu sei o que é se lesionar gravemente lutando, pois já rompi o ligamento cruzado anterior no ano de 2006... Foi uma dor imensa. Fui me recuperando aos poucos, competi, ganhei e, depois, trabalhando em uma loja de materiais de construção, comecei a sentir dores diárias, pois caminhava o dia todo, subia e descia escadas o tempo todo. nos treinos nunca sentia dor. Acabei operando o joelho.Parei definitivamente de treinar. Só que o trabalho continuou me torturando e acabei ficando lá porque os donos eram gente boa de vez em quando (exceto o fato de explorarem todo mundo) e porque tinha medo de ficar desempregada. Depois de mais dois anos, as dores começaram a piorar no quadril. Continuava na mesma empresa, então, acabei operando os dois lados do quadril. Há exatamente dois anos atrás, meu médico disse que eu poderia fazer uma infiltração para melhorar a cicatrização da cartilagem, pois já se passara quatro meses da última operação. Foi a pior coisa que já me aconteceu. Passei todo o período de férias da faculdade e, lua de mel, (Julho/2012) no hospital, a dor era tão forte, nos dois lados, que meu marido não podia mexer no colchão da cama que eu gritava de dor. Quando voltei ao trabalho, meu chefe disse que eu não poderia ficar vendendo por telefone, então não teve jeito. Não tinha condições de continuar trabalhando lá sem apoio de ninguém.
Por isso, sei o que é uma dor no osso. É a pior do mundo. Sinto muito pelo Anderson, na verdade sinto por todos os atletas que têm uma vida saudável durante a carreira e que, perto de se aposentar, ficam quebrados: Pelé, Gustavo Kuerten, Randy Couture, Minotauro... Bem, pensando nas ressalvas, este último, já é quebrado há muito tempo! Já Randy Coulture deve ter ficado com o dente mais bonito do que era, afinal tem grana! Gustavo e Pelé, meus companheiros de dor no quadril, também têm médicos ótimos.

De qualquer maneira, é muito broxante saber que somos de vidro. Eu sempre quis tanto ser ninja, mas percebi que só existem nos filmes. E, mulheres, parabéns! Estamos sendo muito bem representadas pelas lutadoras de hoje em dia! As lutas femininas estão quase melhores que as masculinas! Ótima luta entre Ronda Rousey e Miesha Tate. Só acho muito idiota essa Ronda entrar no ringue fazendo aquela cara forçada de mau. It’s not necessary, baby. Porém, nunca quero me encontrar com “nenhuma” delas pessoalmente! O que são aqueles músculos?? E aquelas quedas da Ronda? Nossa, isso assusta! Prefiro lutar com meu marido um boxe caseiro, mesmo apanhando pra valer! 

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Fim de um ciclo, começo de outro

No peito há um relógio; na fonte, outro. O ponteiro gira e retoma o movimento, amplia o ritmo e reduz o tempo, todo o tempo, infinitamente. Eu, uróboro, cresço e devoro-me, agarro meu rabo e atinjo o equilíbrio e a temperança feminina. Estou pronta. Contorço-me e me transformo em duas hélices conjugadas. Vou e volto através de meus polos. E agora, o que me resta? Tudo, ainda não estou pronta. 
No jogo da vida passamos a bola, ao passar a bola não vemos mais nada, só a bola. Não vemos o fundo, não vemos as pistas, não vemos oportunidades. É preciso experiência para passar a ver outras bolas de outras cores, outros participantes do jogo, outros elementos. Planejar é bom, mas não demais. Fazer é que torna-se importante. Se colocar no lugar do outro, ver os lados opostos, ser homem e mulher, ser água quente e fria, contornar os obstáculos. Em 2014, integre-se com o mundo, com o planeta e os seres vivos. Busque sabedoria e equilíbrio. O relógio cósmico não para, mas algumas coisas podem ser retomadas e consertadas. 

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

A REALIDADE DAS LIDERANÇAS NO MEIO NATURAL


Não se iluda com o número de páginas de um livro, isso não influencia na sua qualidade. De fato, descobri esse importante detalhe ao ler “O Velho e o Mar”, de Ernest Hemingway (originalmente publicado com o nome The man and the sea). Este pequeno livro tem aproximadamente 100 páginas, foi publicado em 1952 e, dois anos depois, recebeu o prêmio Nobel de literatura. Há uma grande integração com a natureza. Riquezas e vivências, conhecimento que o personagem Santiago nos passa a respeito da vida, pescaria, conhecimento de mundo e da natureza. Realmente digno de premiações e com uma linguagem simples e atraente.
Já havia percebido a grandeza de outros pequenos livros, como “A revolução dos bichos”, de George Orwell (originalmente publicado com o nome Animal farm). Trata-se de uma história envolvente onde os animais lutavam por mais cuidados, por sua liberdade e para construir um espaço em harmonia com os bichos; trabalhando e cuidando de seu próprio sustento sem precisar sustentar os humanos, nem tampouco dar-lhes dinheiro sem receber nada em troca. Pouco a pouco, com a liderança dos porcos, que dentre os animais eram os mais inteligentes, as coisas vão se dirigindo para uma política capitalista e autoritária, muito próxima das práticas humanas. Os porcos passam a se comportar como se fossem melhores que os outros, pois tinham as melhores ideias e maiores responsabilidades. Fica evidente que em todo o lugar onde for necessária uma liderança haverá disputa por poder e corrupção. Assim como em “O Senhor das Moscas”, de Willian Golding (originalmente publicado com o nome de Lord of the Flies), o contrário acontece: os pais de um grupo de crianças inglesas providenciaram um avião, em uma tentativa de tirá-los dos bombardeios da Inglaterra, que durante a viagem caiu em uma ilha deserta.  O piloto morre, as crianças ficam sozinhas, sem adultos ou qualquer instituição, forçados a viver juntos em um estado natural. Da civilização, passam aos poucos a esquecer; precisam de alimentos e manter a fogueira acessa para o caso de aparecer regate. Porém, nem todos estão de acordo. O instinto da caça fala mais alto no grupo do Coro, liderado por Jack e, do outro lado o grupo de escolares, liderados por Ralph, que tenta manter a ordem, respeito e dignidade. Este, de fato, é um livro mais grosso e com mais detalhes e simbolismos, percebe-se que inserido em estado natural, nosso lado selvagem fala mais alto.

A necessidade de sobrevivência nos faz selvagens? Ou sempre fomos? Somos todos irmãos: humanos e não-humanos. Precisamos dos animais para nos acompanhar, para manter o equilíbrio, para mantermos nosso sustento. Eles nos ensinam a ter persistência, ter força, ter coragem e, ainda, são incrivelmente belos. Nós existimos para proporcionar que eles se reproduzam, para manter a ordem e para garantir que nossos irmãos, os animais, tenham sua serventia, pois cada espécie tem seu valor e suas características específicas, dependendo do meio em que vivem. Nós não somos nada mais do que animais habitando cidades; já os animais são humanos que habitam a floresta. Nenhum é melhor do que o outro; nós não somos melhores que ninguém. Essa é a realidade. A realidade também é subjetiva e espacial, isto é, depende do ponto de vista dizer o que é real. Esse é o meu ponto de vista que pertence ao meu conhecimento de mundo e à minha imaginação.