sábado, 9 de agosto de 2014

Bem-vindo ao interior da árvore

O que sinto hoje: um misto de confusão e insatisfação. Confusão pelo dia de amanhã, insatisfação pelo dia de hoje. É algo como um impasse de reclamar da falta de alguma coisa por anos e, agora, não possuo a mesma vontade de tê-la. Você já esteve emocionado e indiferente ao mesmo tempo? Bem, amanhã será um dia assim. Mas sei que no fim não vou me arrepender.
Já a insatisfação é simbólica, momentânea, pois sei que meu universo me reserva muito mais que um veículo para chegar mais rápido onde quero. Quem sabe as estrelas serão o combustível para um longo caminho de sucesso? Um dia o alvo é alcançado, e o essencial é manter aquilo que se atinge. 
Prefiro acreditar que sim. Você já parou para pensar que a natureza que está ao nosso redor é sábia e rica? Na verdade hoje estava observando as árvores nas ruas. Cada uma delas é diferente, umas têm troncos grossos e contorcidos, outras têm troncos finos e contorcidos, medianos e moderadamente retos, medianos e transversais... uma infinidade de formas e almas. Sim, elas têm almas e, além disso, memórias. 
Já imaginou tudo o que há de memórias dentro de uma Figueira? Quanta coisa invisível brilha dentro das nossas irmãs árvores! Foi por isso que montei a imagem do meu blog  com o universo dentro delas. É claro que não fui eu quem fez este banner, mas ficou exatamente como eu queria! Devo, inclusive, dizer que este artista, Israel Andriotti, conseguiu captar o que eu queria passar aos leitores deste espaço: bem-vindo ao interior da árvore. Sendo assim, termino este texto, dando a você, e a mim, um conselho: faça da sua insatisfação por não atingir um objetivo hoje, a esperança e a vontade de conseguir algo ainda melhor no futuro, pois as energias acabam se voltando para a força do pensamento. Enquanto isso, seguimos tropeçando e caindo, levantando pra cair de novo, calejando os ossos nos obstáculos da estrada para, um dia, aprender a contorná-los.

sábado, 2 de agosto de 2014

O INTANGÍVEL

Algumas vezes paro para pensar no porquê de se fazer tanta coisa, de se querer tanta coisa. Queria trabalhar em um lugar legal, estudar para aumentar conhecimento, grana e, quem sabe, status. Com a agenda lotada, espero chegar o fim de semana para passear, ver outras pessoas, dormir melhor, etc. Meses se passam como que mecanicamente, tudo corre bem, atinjo meus objetivos, recebo coisas boas e me alegro com os resultados do meu esforço, mas, afinal, qual o sentido de tudo isso?
É claro que quando os fatos passam de forma mecânica, ou automática, é quando estou feliz. Que bom que em geral estou feliz, pois é muito desagradável que, só porque estou triste ou indignada, eu perceba que lacunas se abrem com o meu mau humor. 
Deus poderia ter nos dito, antes de descermos para a Terra, algo como "Meu filho, o sentido de tu ires viver é tal". Porém, obviamente uns iriam concordar com tal propósito escolhido por nosso criador e outros não. Como Deus é muito inteligente, decidiu manter oculto esse detalhe, então vamos vivendo na ignorância. 
Para que querer o bem dos outros? Para que lutar por algo que possa melhorar a vida de quem se ama se a própria pessoa não acha a tua luta importante? Como não se mover vendo a inércia? Toda a ação tem uma reação, tudo que entra sai, tudo que vai volta, e tudo em nosso mundo é um mistério. Gostaria de entender o que se passa com aquele que não escuta, com aquele que não vê, com aquele que não fala. Oh, cegueira mundana, talvez pudesses me dominar também, para que eu não sofresse com os males de minha incompreensão