quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

O MARKETING MODERNO




O mundo gira em torno do Marketing. Não sei como tem gente que ainda não percebeu isso. Afinal, com tanta concorrência que há no mercado, tem que ter algum diferencial entre as empresas. Você é obrigado a deixar de lado “a lei da oferta e da procura”, agora o que conta é a lei do melhor atendimento, do melhor produto, do melhor preço, da melhor propaganda e do local mais acolhedor e agradável. Tem empresas que ainda não têm noção do que isto significa e muito menos têm noção do tamanho da força das Redes Sociais. Nem sequer sabem que existem Fan Pages e sites específicos para reclamar e denegrir a sua imagem. Pelo contrário, não se preocupam com a opinião dos clientes, apesar de falarem da boca para fora que o fazem. A empresa que não está conectada nas Redes Sociais morre na boca do povo, pois quem não é visto não é lembrado. Resta então,se conformar e entrar para a concorrência do mercado, usando todas as ferramentas para agradar seus clientes, já que o julgamento é em tempo integral.
Bem, na verdade o Marketing Moderno usa uma estratégia muito simples: a persuasão inconsciente, pois os consumidores não se sentem manipulados para adquirir o produto ou adotar uma marca. O foco está na criatividade. Criação de imagens que chamem a atenção, textos de humor, músicas características, intermediação de pessoas já famosas com as ofertas atuais.
Acho interessante que alguém que nunca gostaria de uma música da cantora “Adele”, por não ser seu estilo musical, de repente passa a escutar a trilha sonora do filme 007 – Sky  Fall, porque o filme é um clássico. Então a música passa a ser vinculada a este clássico, tornando-se como tal. Também aquilo que nunca interessou à maioria das pessoas, como as lutas de MMA, agora está em alta, então a moda é usar bonés e camisetas do UFC mesmo que você nunca tenha entrado num Tatame. Mas que barbaridade! O que estou fazendo aqui sentada? Está na hora de correr e comprar uma para mim! Outra hora agente se fala... Fui!

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

TEXTO SENSORIAL OU SINESTÉSICO


Este é o grande desafio para quem aspira ser escritor e quer passar para os leitores as sensações da história. Um exemplo disso é “Desforra”, Conto de José Saramago – do livro “Objeto Quase”. Nele conta o momento vivido de um jovem, sem especificar seu nome nem o de outros personagens, que passa por um rio, descalço, vestindo uma camisa vermelha. A cor vermelha simboliza o gérmen da vida, o sangue rubro, enquanto o verde da natureza por onde passa o rapaz, simboliza a terra. Ele vem com as pernas cheias de lama, aparecem limos de onde pendiam fios verdes e lodo. Segundo o Dicionário de Símbolos, de Chevalier, J e Gheerbrant, a água estagnada, limo, lama e pântano significam a perversão, ausência de pureza, diferente da água líquida, que é fluída, pura, perfeita. O movimento das águas, círculos e bolhas que se formam, suor escorrendo pelo corpo e descendo pelos pelos do rapaz é o início da sua fertilidade.
Além de fazer referências ao calor (sol), som (dos metais) e tato (cigarra duríssima), o autor também nos situa no espaço, quando fala dos torrões dos alqueives e dos olivais cinzentos (as oliveiras são próprias de Portugal).
Se você prestar atenção a todos os detalhes perceberá que trata de um breve relato do Itinerário Mitológico do Herói (partida, iniciação e retorno) - quando ele fica parado na soleira da porta (umbral) após ver a castração do porco, retornando à casa logo depois - e de aspectos cíclicos do próprio porco, pois ele foi castrado e em seguida abocou seus próprios testículos, ou seja, eles retornaram em forma de comida. O rapaz, ao invés de entrar, resolve voltar, toma um púcaro (caneca de barro) de água antes, para lavar-se das máculas.
O conto começa mostrando os elementos da natureza desde a partida e ao chegar na iniciação ocorre a aproximação com a natureza e o descobrimento de si mesmo, os fatos passam a se repetir enquanto o rapaz retorna ao rio, ao silêncio, ao lugar onde a rã (também ligada à água, lua, renovação/volta ao ponto de partida) mergulhara e o rapaz então nadou para a outra margem onde estava a rapariga. Neste momento, inclusive, o rapaz se desnuda – não só de roupas, mas se descobre na passagem para a puberdade – ao interessar-se pela rapariga do outro lado do rio. Mas ele vai em direção a ela e ela recua para dentro da penumbra dos ramos.
A relação do título, DESFORRA, se dá com a fertilidade sendo adquirida pelo rapaz e ao mesmo tempo tirada do porco.
Adoro a literatura que nos faz pensar .

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

1, 2, 3 ...



Pode contar comigo! - dizem algumas pessoas quando querem demonstrar que são muito gratas por tua amizade e querem te agradar. Dizem sem pensar.
Então, um belo dia, quem você conhece há menos tempo vem e te impressiona. Pode contar comigo é uma frase muito comum, de praxe. Quando alguém realmente a torna real, é inacreditável. Por mais que você se acostume com tanta bondade, é surpreendente que tal pessoa continue sendo aquilo que você sempre imaginava e se perguntava: bem que a Fulana podia oferecer tal coisa... bem que o Beltrano podia dizer aquilo que eu queria ouvir...
Sim, ás vezes acontece. Não sei se com você, mas comigo tem acontecido frequentemente, em especial com duas pessoas de meu convívio e sinto, talvez por ter me tornado mais e mais feliz, que as pessoas ao meu redor estão mais próximas e estou me sentindo mais popular.
Como explicar isso? Respondo: é o amor! Como aquela música de Zezé de Camargo e Luciano, ou como o poema “Amor é fogo que arde sem se ver”, de Luis Vaz de Camões, especificamente este refrão:

“É querer estar preso por vontade;
 É servir a quem vence, o vencedor;
 É ter com quem nos mata lealdade.”

Como explicar que cada vez que você olha para a pessoa amada sente aquele contentamento inexplicável, uma paz infinita e sensação de que está sempre de férias? Os olhos são profundos, a boca perfeita e o beijo não se torna nunca algo comum. Depois de muitos anos continua crescendo a paixão. É a mistura de desejo carnal e desejo daquele sorriso largo, sem vergonha e atraente. É desejo de ouvir a voz grossa e suave, o cheiro sedutor e único daquela pele única. É a vontade de ouvir sua gargalhada gostosa, e rir das suas brincadeiras. Brincadeiras estas, que mais nenhum homem sabe fazer, sendo um palhaço com graça e natural, que me cativou. E eu devo ser responsável por ele como ele é responsável por mim, pois eu também o cativei. Com prazer estamos ligados, com prazer a vida segue como se estivéssemos sempre em estado de graça. As gentilezas crescem como nunca imaginei que cresceriam. É o amor. Sem amor não há desejo em agradar e ser admirada. Quem se importaria? Eu nunca me importaria em ser legal. Mas agora sou. Como nunca imaginei ser. “Valeu a pena? Tudo vale a pena, se a alma não é pequena.” - Disse Fernando Pessoa, o Grande!.
Uma alma que está colada na minha, pois diversas coisas já se passaram, diversos desentendimentos, xingamentos, términos. Mas não foi possível ficar separado. Nunca será possível. Vamos ter que nos acostumar a ser felizes, pois a vida não foi sempre esse mar de rosas! Vamos ter que nos acostumar em viver num paraíso, esquecer mágoas de tudo e de todos, pois o amor tem o poder de esquecer picuinhas. Vamos ter que traçar um futuro que nunca imaginamos, sem reclamações. Vamos ser obrigados a contar somente coisas boas aos amigos. Na verdade, agora é tarde, estamos viciados nisto tudo. Vamos ter que agradecer todos os dias ao bom  Deus, ou seja lá qual for esta energia maravilhosa, que nos rodeia. Vamos ter que gozar da vida e ser bons com as pessoas por prazer! Será difícil, mas agora é tarde para voltar atrás, vício é vício. E não queremos nos curar.