Hoje vou eternizar aqui dois contos propostos como
desafios por mim e meu esposo aos filhos dele, meus amados enteados, João e
Ariana. No penúltimo fim de semana que eles estiveram conosco, eu havia
presenteado Ariana com um livro muito legal, A mordida do Vampiro, de Laerte
Verrier. Meu esposo ofereceu o desafio de cada um criar um conto, Ariana
deveria elaborar algo com o título de “O pum do vampiro”, e João, “O pum do
robô”. E não é que eles gostaram? É como todo o professor sabe: o incentivo à
literatura deve partir de algo interessante para os jovens e que faça sentido no universo deles. Querem conferir essa incrível experiência? Começando pelo
mais novinho, João, de 9 anos, fez o que pode ser chamado de um pequeno roteiro
ou planejamento (omitindo seus fofos errinhos de português), assim:
- Por que o cientista construiu o robô? Para procurar
uma namorada.
- E por que ele soltou pum? Porque esqueceu de botar
um tampão na bunda do robô.
- A cidade que o cientista construiu o robô é Nova
Yorque.
O PUM DO ROBÔ
Numa cidade muito distante, tinha um cientista
chamado Peter Parker Watson. Ele construiu um robô. O robô fugiu para o espaço
para procurar uma namorada no Futurama e soltou um pum e a robô não gostou. Ela
começou a rir e ele foi embora e chorou e soltou outro pum. Fim.
João Paulo Andriotti
Na sequência, apresento Ariana, de 14 anos, leitora
voraz de diversas sagas e romances diversos, com um futuro literário brilhante.
O PUM DO VAMPIRO
Bom, você já sabe que vampiros não são como nos
contos de fadas, que não podem comer alho, não podem sair no sol, senão morrem,
dormem em caixões e bebem sangue... Se você não sabia, estou lhe contando
agora. Vou contar uma história de um vampiro que conheci.
Logan era um menino de 17 anos, aparentava ter pelo
menos, na verdade tinha 145. Sua comida preferida era pizza de alho, adorava
sair em dia de sol e não dormia; ele tomava sangue de animais de vez em quando.
Estudava, comia, saiu como qualquer menino normal, o
que ele não era... Um dia normal na escola de Arianópolis, Cassandra Meyer, uma
garota nova na cidade, por algum motivo não parava de olhar para ele. Por que
será que uma menina tão bonita olhava tão atentamente para uma aberração?
Um dia estávamos sentados no banco do refeitório
Logan, Scott e eu; por algum motivo idiota que nenhum de nós sabe é que
Cassandra veio falar com Logan e parecia que ele também queria saber mais dessa
menina.
Uns dias depois, Logan não parava de falar nela, era
óbvio que ele gostava dela e ela dele. Começaram a sair, depois de um tempo ela
começou a sentar conosco na mesa do refeitório.
Foi como sempre, os dois não calavam a boca, eu
comendo minha maçã, Scott sua pizza de queijo e Logan a sua de alho. Cassandra,
por algum motivo mais idiota, não comia nada, só ficava olhando para Logan com
um olhar estranho.
Mas de repente deu um barulho não muito alto, mas
assustador, e começou um cheiro estranho e isso vinha de Logan. Olhamos para
ele com um olhar assustado, mas por algum motivo mais idiota ainda, Meyer
começou a rir até não poder mais e falou:
– Essa foi a primeira vez que vi um vampiro soltar
pum!
Logan ficou bravo e saiu bufando do refeitório,
Cassandra saiu correndo atrás, mas sem sucesso voltou.
Foi a última vez que vimos Logan. Depois de alguns
dias, veio a notícia: Charles Kinnei, de um clã vizinho, veio avisar que
encontrou Logan cortado ao meio. Como isso aconteceu, ninguém sabe... Só nos
falaram que tiveram que queimar para não atrair visitantes indesejáveis.
Ariana Andriotti.