terça-feira, 16 de junho de 2015

Lançamento de PLÁTANO & BORDO

Foi lançado meu primeiro romance solo, finalmente! Não há palavras para definir minha satisfação com o evento, com as pessoas que estavam presentes e com o meu sentimento de dever cumprido!
BANNER DO EVENTO - 13/06/2015
Sou apaixonada pela minha criação, pois nela consegui reunir música, dança, amor, psicologia, problemas sociais referentes ao sistema carcerário brasileiro, questões familiares e de amizades, crimes e psicopatia.
Sobre a psicopatia, lembre-se de que não temos no Brasil leis que regulamentem tratamento, testes psicológicos e segmentação de presidiários. Sendo assim, vale a pena conferir esse intrigante romance de suspense erótico. 

Para adquirir o livro basta clicar neste link; 









Veja também algumas das fotos do lançamento abaixo:



















sábado, 6 de junho de 2015

Resenha do filme “O segredo dos seus olhos”

Vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro (argentino), conta a história do personagem Benjamin Espósito (Ricardo Darín) que, alguns anos depois de se aposentar, decide voltar a um crime no qual trabalhou enquanto perito, cuja solução ficou adormecida por 25 anos. Ele era subordinado à advogada Irene, pela qual era apaixonado, mas nunca acreditara neste amor por parecerem de mundos e classes sociais muito diferentes. Seu funcionário, Pablo, se propôs a ajudá-lo na época em que ocorreu o crime. Primeiramente, esse caso, denominado caso 25, não era para ser seu. Porém, o convenceram a trabalhar nele e, após estar envolvido, nunca mais conseguira sair dele. Tratava-se de um crime de estupro com morte, de uma jovem professora de 23 anos, casada.
O viúvo dela, Moráles, em um dos seus encontros na busca de solucionar o caso, perguntara a Espósito qual seria a pena para esse tipo de crime e obteve a resposta: prisão perpétua. Nessa etapa da investigação, foram forjados três culpados, que eram operários de uma obra próxima à casa da vítima. Espósito, após sua própria investigação em álbuns da moça, que se chamava Lilliana Colotto, percebe o olhar pervertido de um homem que olhava para ela em uma das fotos, como se estivesse a adorá-la doentiamente. Ele resolve checar quem é esse indivíduo e descobre, por meio de telefonemas a sua mãe, que esse tal Isidoro Gómes e Lilliana foram namorados de infância e que ele partira de Buenos Aires recentemente. Depois, descobriu que ele havia trocado de nome cinco vezes.
Pablo era alcoólatra e muitas vezes já havia causado problemas a Espósito; estava, portanto, devendo favores a ele. Certo dia, os dois seguem para a casa da mãe de Gómes a fim de encontrar cartas dele com endereço atual, mas acaba sendo um desastre essa missão, pois eles são descobertos. Por conta disso, Irene é forçada a arquivar o caso. Contudo, Pablo que, assim como Espósito, não consegue tirar o caso da cabeça, reflete que um homem pode mudar de tudo: mulher, nome, religião, endereço, rosto... Mas um homem nunca abandona uma paixão. Ele descobre isso ao analisar as cartas roubadas, pois em todas elas há códigos relacionados aos jogadores de futebol do Racing. Ou seja, ele era torcedor fanático e poderiam encontrá-lo, justamente, em um jogo do time.
Após muitas tentativas, de diversos jogos, eles encontram finalmente Gómes e começa uma caçada fenomenal ao criminoso dentro do estádio. Quando finalmente conseguem prendê-lo, Espósito começa a interrogá-lo, mas sem muitas perspectivas de sucesso. Até que Irene entra na sala para avisá-lo que não estavam encontrando Pablo e, para isso, ela abaixou-se levemente à altura dos ouvidos de Espósito, o que chamou a atenção dos olhos perversos de Gómes, que os fixou nos seios dela. Irene percebe esse olhar doentio e passa a utilizar uma tática para que ele se entregue, dizendo que ele nunca poderia ter feito sexo com uma amazona daquelas, pois não passava de um franguinho, não teria capacidade de domá-la, pois ela era uma mulher, e não uma rapariga que aceitaria qualquer um.  Ela baixou tanto a moral do homem que ele enraiveceu-se a ponto de abrir as calças e mostrar o seu pênis. Os dois discutiram, ele deu um tapa no rosto de Irene e os guardas o seguraram, mas ele já havia confessado o crime, como se esperava. Certamente ele estuprara e matara por se achar capaz, e Irene sabia que um homem não aceitaria tal dúvida a seu respeito.
Pouco tempo depois, ele foi solto por ser útil em outros assuntos do delegado, que não gostava de Espósito. Quando Pablo é assassinado no lugar dele, Espósito decide ir embora mesmo sabendo que Irene corresponde o seu amor. Ela o chama de lerdo, mas ele se vai para Jujuy, voltando só depois de 25 anos, quando a procura para mostrar o romance que escrevia baseado neste caso 25. Entretanto, agora ela está casada e tem dois filhos, mas o apoia no romance. Além de Irene, ele procura Moráles, pois desconfiava que fora ordem dele para matarem-no, afinal, os retratos em sua casa foram abaixados por Pablo, ele morreu se passando pelo amigo. Moráles afirma que a vida é assim mesmo, pessoas se vão e o que resta são as recordações, e diz, também, que pare de pensar, pois senão terá mil passados e nenhum futuro. Não pense mais.
Evidentemente, Espósito vai embora pensando. Mas não vai longe; retorna à casa mais tarde e se depara com o porão iluminado na casa de Moráles, onde se encontra preso Gómes. Neste instante, o prisioneiro se aproxima da grade e pede que Espósito ao menos peça que Moráles fale com ele. Moráles olha para Espósito e reafirma: “você disse prisão perpétua”.
Então, após essa impactante descoberta, no dia seguinte Espósito procura Irene mostrando algo diferente no olhar. Ela manda, esperançosa, seu assistente fechar a porta. Ela sorri e diz que será complicado, mas, desta vez, ele diz que não se importa. Enfim, os mil passados ficam atrás da porta, fechados, e o futuro pode ter uma chance.

Este é um ótimo romance de suspense, em nenhum momento o espectador prevê o que acontecerá, simplesmente parece que o criminoso está solto e que o viúvo seguiu sua vida insignificante satisfeito por ter causado uma perda ao perito que não foi capaz de cumprir com sua palavra de prisão perpétua. Porém, esse perito foi longe no olhar que estava na foto, buscou informações, foi a fundo naquele segredo, mas não obteve apoio da justiça. E o olhar da vítima, o olhar do esposo lesado, o amigo morto em seu apartamento, foi o que ficou na sua memória por 25 anos e, provavelmente, aumentou o medo de amar. É um grande filme, digno de Oscar.